segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Tempo e o horizonte

Tempo, tempo
Cada tique taque pulsa uma perda
Um grito preso na garganta
Tempo, temor tremor de tempo.

O tempo cegou-me, horizonte.
Não tenho mapa nem bússola
Conto com o único capitão
Que taciturno está

Não vejo porto, horizonte.
Recosto-me em brandas águas
Até encontrar solo fértil
Ora, ao menos sei onde há solo!

Reviro-me a mente, horizonte.
Ela se cansa de nadar
Espero que o que antes era taciturno
Resgate-me, ou faça-me sobrenadar.

Já não respiro, horizonte.
Vês-me. Ainda não morri?
Abro os olhos... Construo morada
Morada transitória

E algum dia, tempo,
Você ensinará ao horizonte
Que se pode morar no mar
E não se ultimar a estação

Mas diga a ele, tempo,
Que no mar não se vê horizontes.
E que não se vive nas profundezas

Não por si só.

Um comentário:

Emerson Freire disse...

Olha moça, achei muito profundo essa sua reflexão, estaria interessada em me fazer uma resenha ao vivo? podemos nos encontrar e vc me explica. ;)